sexta-feira, 22 de novembro de 2013

2m 24d (Parte 1)

Boa noite!!!

Hoje vou desenferrujar o blog com um depoimento pessoal: minha ida pra Brasília. Senti a necessidade de relatar algumas experiências vividas nessa cidade bela e grande, e atendendo ao conselho de uma pessoa querida, registro aqui essa história. O título "2m 24d" faz referência ao tempo em que passei em Brasília (de 19/08 a 04/11/2013).

Muitas pessoas me perguntam o porquê de ter ido... E muitas pessoas mais perguntam porquê voltei. Sendo bem sincera, não me sentia muito confortável em falar sobre isso. Tentava resumir o relato em palavras simples e honestas, sem expor as pessoas que passaram por minha vida nesse tempo. Mas na minha cabeça, quando falava sobre a viagem, passava um filme de tudo o que vivi em Brasília.

Quero que, com esse relato, pessoas sejam edificadas. Ao escrever sobre as situações vividas por mim, que não seja mal interpretada e julgada, mas que sirva de exemplo para tantos outros que querem tentar uma nova vida fora de seu estado de origem. Os nomes das pessoas que passaram por minha vida nesse período não serão citados, por questão de respeito e por não gostar de pagar com a mesma moeda a quem me prejudicou.

Voltando ao depoimento... Depois do treinamento da MPC Brasil (em janeiro de 2013), decidi sair da minha zona de conforto e lutar por meu crescimento. Fui muito abençoada em morar a vida toda com minha família, em ter estudado em escolas particulares e em uma universidade pública, de ter alguém que sempre fizesse tudo por mim e que me sustentasse financeiramente. Mas sentia uma necessidade de crescer profissionalmente e ampliar os horizontes!

Opções de sair do meu estado começaram a aparecer: Nova Mamoré (Rondônia) ou Brasília (Distrito Federal). Passando-se alguns meses e alguns acontecimentos, decidi por Brasília. De início, iria só visitar amigos e conhecidos; mas fui amadurecendo a ideia de ir tentar a vida por lá. E lá fui eu no dia 7 de agosto! Considero como oficial a minha mudança pra Taguatinga o dia 19 de agosto (voltei pra Teresina pra pegar o restante da mudança).

Fiz bazar, vendi meu notebook e pedi demissão do emprego que tinha em Teresina. Fui com a garra e a força!!! Não me arrependo de tal decisão, e faria tudo de novo, só que com algumas mudanças... Deus sempre está conosco, e Ele não interfere nas nossas decisões. Por isso que Ele nos deu o livre arbítrio!

Chegando em Brasília, estava muito feliz e à procura de emprego. Estava dividindo aluguel com uma conhecida e me adaptando à nova realidade. Nunca tinha passado tanto tempo fora de casa, e até aquele momento não tinha morado sozinha.

Mas na segunda semana de Brasília, adoeci. E piorei nas semanas seguintes... Fiquei aflita, sem saber pra onde correr. Foi o começo das decepções... Pude contar com pessoas que não conhecia direito, que me socorreram quando precisei. Nesse momento chorei tudo o que tinha pra chorar e pensei em voltar pra Teresina! E seria sensato ter voltado, mas queria continuar lutando. E continuei lutando...

Em 30 de setembro, saí da casa que dividia aluguel para a casa de uma conhecida. Nesse momento estava sem poder pagar um aluguel e passando por maus bocados. Estava trabalhando na Fisk, mas não ganhava o suficiente para me alimentar direito, pagar o aluguel e comprar remédios. Fiquei nessa casa durante 28 dias, e nesses dias fui melhorando de saúde.

Mas foi aí que conheci a intensidade da maldade humana: sendo traída por pessoas em que confiei. Presenciei pessoas falando mal de mim, aguentei piadinhas, escutei insultos e indiretas. Uma pessoa fez questão de relembrar situações vividas no passado, em que pessoas me fizeram muito mal. Disse pra mim mesma: "Caramba, eu já perdoei as pessoas que fizeram isso comigo!!!" Foi duro, pois reabriu naquele momento feridas saradas pelo tempo por Deus.

Outra situação vivida foi a questão do "ajudar e ser ajudado". Sim, eu estava precisando ser ajudada! Mas também fiz de tudo pra ajudar, com os recursos que tinha no momento e com a saúde limitada. Procurava retribuir a ajuda dada a mim, e mais uma vez a decepção veio à tona. Sei que não fui ingrata e que não sou interesseira, mas como não atendi às expectativas delas, fui nomeada com esses adjetivos. e tantos outros que nem tomei conhecimento.

Exclui essas pessoas da minha vida, pois também tenho amor próprio. Mas agradeço a Deus por elas terem passado por minha vida, pois me ensinaram que realmente estou no caminho certo: de ser como Cristo é. Oro a cada vez que lembro delas, e peço para que o Senhor trabalhe na vida delas, se elas quiserem mudar de atitude. E também  peço a Ele pra trabalhar em minha vida! Não sou perfeita e sou passível de erros!!!

Todos os dias luto contra a maldade que tenta dominar o meu ser... Mas não me aproveitarei jamais da necessidade ou fragilidade do meu próximo para ser servido. "Servir e não ser servido": ser ajudado é diferente de ser servido (uma lição mais que aprendida)!!!

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